sexta-feira, 25 de março de 2011

14 de Abril de 1985

Não sei de acontecimentos importantes no país neste dia...mas foi um dia importante na minha vida e na vida de toda a minha família.

Dia 14 de Abril de 1985 o meu pai, jovem de 22 anos, casado com uma filha bebé teve um acidente de mota que o deixou em estado de coma por alguns meses...

Lembro-me desse dia como se tivesse sido ontem...ele na cama e a minha mãe a correr ao telefone publico (do outro lado da rua) ligar o 115...

Aparentemente uma queda sem importancia (Os capacetes não sei se eram obrigatórios, mas naquele dia, como era um trajecto de 100 metros até casa ele levava-o pendurado no braço), levantou-se e foi para casa.

Já deitado começou a vomitar e a delirar...estava a entrar em coma...

Eu ainda dormia no berço ao lado da cama deles...

Lembro-me de pessoas a ajudar os bombeiros, lembro-me dos rotativos da ambulancia, dos bombeiros, do aparato...enfim...lembro-me do mais infimo pormenor daquele dia..apesar de não me recordar do nascimento da minha irmã 3 anos depois....

Lembro-me de todas as visitas ao Hopital dos Covões, de todas as visitas a Alcoitão...em 1985 não se chegava com a mesma facilidade a esses locais ainda para mais quando se vivia numa aldeia, quando carros só havia o de 1 tia...

Foram meses de sofrimento, teve de aprender tudo outra vez, falar, ler, escrever, andar, comer...tudo...

Em 2 anos ficou recuperado, mas com sequelas ao nível neurológico que o impediram de ter uma vida normal. É deficiente motor...não há fisioterapia que ajude, não há medicamentos que ajudem não há nada que cure...

E ontem fomos levantar a nossa mota...e sei que para os meus pais foi um grande choque...

E eu não tenho coragem sequer de a conduzir...Certo que acidentes podemos ter também de carro...eu confio no meu homem para me conduzir e nos proximos tempos viro motard (à pendura) para vir trabalhar.

3 comentários:

Dear Daisy disse...

Estou na msma situação que tu em relação a "virar motard".
Graças a Deus nunca passei por nenhum trauma desses. Mas tenho muito medo, oh se tenho...
Sei que acidentes acontecem mesmo sem sairmos de casa. E também confio a 200% no meu condutor.
Cada vez que saio de casa de moto ou não, peço a Deus que me acompanhe, que olhe por mim.
Temos que ter cuidado e acreditar que tudo vai correr bem. Caso contrário, não vivemos.
Beijinho grande :)

Dear Daisy disse...

Tens um mimo no meu blog :)

Especialmente Gaspas disse...

São as surpresas dolorosas da vida!

Que tudo corra sobre rodas convosco ;)